Empresas passam por quatro etapas quando o assunto é Data Discovery: visualização de dados, descoberta de informações, sua influência nos negócios e a análise preditiva
O Business Intelligence (BI) não é mais uma novidade. De acordo com a Frost&Sullivan, o mercado brasileiro de Big Data e Analytics deve movimentar cerca de US$ 965 milhões em 2018 – o segmento chegou a US$ 243,6 milhões em 2013. Os números não surpreendem se levarmos em conta a quantidade de informações que produzimos e o volume ao qual somos submetidos todos os dias. Passamos pela fase de coleta e organização de todos estes dados. Agora, é hora de aprender como transformá-los em conhecimento de fato relevante para os negócios. Surge então o conceito de Data Discovery, uma das prioridades atuais das organizações, pois envolve o modelo self-service. Sem a necessidade de criar relatórios pré-definidos, como anteriormente, é possível levar a análise de informações para todos os setores e camadas das empresas.
Ao disponibilizar diversas e diferentes informações, o modelo self-service estimula a autonomia de todas as áreas ao mesmo tempo em que reduz gargalos nos departamentos de TI. Se antes eram utilizadas planilhas estáticas para avaliação de dados, hoje em dia é apenas necessário um dispositivo com acesso à internet. O BI tornou-se mais visual e fácil de utilizar. O desafio passa a ser integrar as informações críticas aos programas de visualizações já existentes. Explico: Os gráficos já são utilizados há muito tempo dentro das corporações – principalmente para apresentar resultados, mas apenas compilar dados não é o suficiente para obter perspectivas verdadeiras e eficientes dos negócios. É preciso ir além.
No geral, as empresas passam por quatro etapas quando o assunto é Data Discovery. A visualização de dados, a descoberta destas informações, sua influência nos negócios (momento em que a análise reflete em ações) e a análise preditiva. Esta última, arrisco dizer, é a mais importante pois impacta diretamente nos negócios e, no entanto, poucas companhias no mundo encontram-se neste patamar. Quando digo ir além, quero dizer chegar nestes dois últimos pontos: O momento em que os dados impactarão os negócios e quando, com base na análise, conseguiremos tomar ações antecipadas. Para o Varejo, por exemplo, as soluções de Data Discovery ajudam a mapear o comportamento dos consumidores e, assim, as companhias conseguem planejar ações de marketing e promoções mais assertivas para os seus públicos-alvo.
Para chegar nestes dois momentos e atingir o máximo de resultado das análises é preciso, antes de mais nada, seguir algumas diretrizes. Por exemplo, definir muitos pontos para observação é um erro comum entre as empresas que implementam soluções de BI. Uma visualização eficiente está diretamente relacionada a um baixo número de medições para evitar dashboards muito confusos e pouco objetivos. É importante priorizar os principais indicadores, aqueles dados que, se compreendidos, podem trazer resultados estratégicos e efetivos. Vale ficar de olho em indicadores como mudanças de mercado e comportamento dos clientes. Essas informações, se devidamente cruzadas e analisadas, além de permitirem potencializar os negócios, podem apontar crises iminentes.
Criar um fluxo lógico e sistemático de trabalho também é importante para incorporar a utilização de soluções de Data Discovery à rotina. Não adianta visualizar e analisar os dados uma vez e depois abandoná-los. É importante manter um monitoramento constante para definir parâmetros de comparação entre as informações. Essa rotina poderá indicar melhorias nos processos e, quem sabe, apontar novas oportunidades de negócios.
As corporações devem avançar uma etapa e descobrir todas as possibilidades oferecidas através do Data Discovery. Mais do que extrair dados, este conceito oferece a possibilidade de análise estratégica de informações. Colocar esta ferramenta ao alcance de todos os colaboradores – self-service – expande, ainda mais, as possibilidades de bons resultados. Afinal, cada um conseguirá extrair as informações necessárias para suas análises. Será cada vez mais importante estreitar as relações entre as áreas de TI e de negócios dentro das empresas. Esta colaboração entre setores certamente renderá boas iniciativas e oportunidades para as companhias.
*Por Eduardo Kfouri é vice-presidente da Qlik para América Latina.